terça-feira, 21 de agosto de 2012

Férias 2012

As férias no Blue Sevem...

2012 definitivamente não tem proporcionado grandes navegações!! Ora porque o tempo não está bom, muito vento, pouco vento, pouco sol, muito sol, enfim um rol de situações e desculpas habituais, mas, tenho igualmente de admitir que profissionalmente o ano tem sido exigente, e com a crise que por ai anda não se pode vacilar !!!

Tudo a postos para zarpar
Fazia tempo que tinha curiosidade em fazer uma férias no Blue Seven, umas férias à séria! o máximo que havíamos conseguido eram as, já habituais, viagens a Sines, Troia, Seixal (tudo por poucos dias de estadia) contudo, vinha seguindo as peripécias do Luis Santos com o Galhofas e mais recentemente com o White Fin e o "bichinho tinha ficado no goto"... pelo que, decidimos fazer "férias cá dentro" e usar a prata da casa, no caso o Blue Seven.

Dos vários destinos possíveis, um pareceu-nos obvio o Algarve, e cedo optamos pela bela cidade de Tavira, tinhamos planeado fazer uma incursão pelos Guadiana, mais precisamente, a Foz de Ó Deleite para nos encontrarmos com o amigo João Mendonça e com o seu bonito Ketch " João Baleia". Infelizmente, nem uma nem outra coisa aconteceu !!

A Marina Parque das Nações
Com o destino "arrumado", havia que preparar o Blue Seven convenientemente... como o propósito era  fundear, a maior preocupação prendeu-se com a energia a bordo. Dessa forma dei uma revisão às baterias, vi níveis, densidades e verifiquei se estavam sulfatadas, enfim o habitual ! E porque estão "velhinhas" com a mesma idade do barco, 7 anos no ativo, já não é pouco, optei por instalar um analisador de baterias, este permite ir monitorizando o que se vai passando com os electrões por lá armazenados... o que me permitiu constatar  que não se vão aguentar muito mais tempo... mais uma necessidade comprar umas de AGM que duram mais e são mais aptas a este tipo de "serviço" descargas lentas e prolongadas no tempo...

Paralelamente, havia que verificar o que consumia mais e dessa forma substitui as lampada G4 da iluminação do interior por led´s, ao todo 12, e substitui igualmente a iluminação de fundeio no topo do mastro igualmente por led.  Por curiosidade e para quem está mais desperto para estes assuntos, tudo junto, ou seja 12 led´s interiores e a luz de fundeio em led gastam sensivelmente 2.2 Ah, sendo que só uma lâmpada C4 gasta 2.1 Ah... Para além disso, e porque surgiu o que me pareceu um bom negócio, adquiri um gerador "just in case", o gerador têm a particularidade de ser um pouco maior em tamanho e potência que o necessário para o barco, pois tem 3000 W, mas é um equipamento que pode ter múltiplas aplicações.
Dei uma revisão ao motor, troca de óleo, filtros de óleo, filtro e pré filtro de gasóleo e limpeza do filtro de ar, para além de ter trocado o impeler da água, por curiosidade a este último faltava-lhe uma alheta !! Não troquei a correia da bomba de água / alternador pois não me pareceu minimamente danificada e tinha à data não mais que 50 horas de uso...

Dei igualmente uma revisão ao Auxiliar, pintei de novo Blue Seven Aux,  coloquei dois olhais no painel de popa que no caso é de madeira e até já possuía os furos passantes  e arranjei uma aranha com quatro terminações para os olhais  que permite içar o Aux com a adriça do Spy ( a maior ou menor depende!! pois é à mão, das facilidades.

Já anteriormente tinha subido o Blue Seven para dar uma vista de olhos ao zinco do SailDrive, não estava mal e deixei ficar, utilizo à cerca de um ano um zinco flutuante extra que protege e aumenta o tempo de vida do existente antes do hélice pois  encontra-se ligado diretamente ao topo do SailDrivee e verifiquei igualmente o estado do anti-vegetativo que também estava aceitável, utilizo um antifouling de autopolimento e como não andei muito ainda lá está alguma coisa !  Na altura como havia disponibilidade do estaleiro do António Sousa e especialmente como o valor foi de acordo com as expetativas pedi para polirem o costado e o deck para melhorar as vistas!!! e para dar alguma saúde à fibra que bem precissava,  na ocasião aproveitei igualmente para trocar uma curva em latão e um macho de fundo da sanita,  apresentava sinais evidentes de corrosão!!  mais uma com 7 anos, mas que tão cedo não dará problemas, pleo menos esta ...

Depois de tantas coisas, chegou o dia tão desejado, o de zarpar,  já contando com a alegre companhia do meu pai convidei o Pedro para se juntar à tripulação, dessa forma fiquei com uma tripulação constituída por pessoas que muito gosto de ter a bordo... convidei também mais duas pessoas que não tiveram disponibilidade, para eles fica para a próxima.

Tinha previsto fazer a viagem em duas pernadas, a  primeira entre a Marina do Parque das Nações e Sines, local onde nos aguardava o White Fin do Luis  que realizaria a restante viagem connosco. A ideia seria chegar  a Sines por volta das 02:00 am e zarpar por volta das 07:00/08:00.

Contudo, como Sábado, dia 14, foi dia de trabalho zarparmos ao final do dia, por volta das 18:30, e indo de encontro à meteorologia encontramos algum vento e algum mar, só não sabia na altura que ia ser tanto !!!

Saídos da Marina do Parque das Nações  nada de novo, vento de rajada até ao Jamor e daí em frente vento na casa dos 25-30 nós e vagas pela proa, pelo que, decido rizar a grande para o 1º rizo para irmos mais confortáveis, afinal era o inicio das férias e não o inicio de uma regata.

O pôr do sol
Assim seguimos até ao Espichel, contudo logo após o Cabo, o mar cresceu e opto por rizar igualmente a genoa, coisa para 30 %, que consegui sem grande dificuldade. Como a situação não melhorava e o vento estava de NNW e a vaga também, passo a grande para o 2º rizo com rumo Sines, contudo, na aproximação a Sines no momento de enrolar a genoa, não consigo !! o cabo fica tensionado mas alguma coisa estava a prender o enrolador, pelo que, não obstante ainda termos ido à proa, como tinha o tambor de protecção colocado, não consigo resolver o problema apesar de o identificar, o cabo ficou trilhado e havia que densenrolar tudo e voltar a colocar tudo no sitio, isto depois de retirar a proteção !!! como naquelas condições a operação era no minimo incomoda pois molhava-nos todos, o Pedro também lá foi, optamos por seguir em "frente"...

Perto das 3 da manhã, o cenário era o seguinte, o meu pai dormia na proa, dormiu das 02:00 am às 11:00 am, e quando se levantou disse que dormiu mal :-) o Pedro dormitava no salão como podia, eu dormitava cansado no poço, ligado à linha de vida não fosse a coisa dar para o torto e ninguém "dava por ela" com vagas na ordem dos 2 / 3 mtr e vento de intensidade até 25 nós, mantínhamos bom seguimento, mas com o piloto automático a ver-se à rascas para aguentar o barco, pois quando em vez o barco atravessava-se, pelo que vinha com o motor ligado às 1500 rpm.

Aproximação ao Cabo São Vicente
Tendo em conta as condições decidimos de seguir viagem e não parar em Sines, tento  avisar o Luis do que se tinha passado mas não consigo obter rede no tlm nem comunicação via VHF , mais tarde, talvez pelas 09:00 / 10:00 começo a ouvir no VHF em canal 16 o White Fin a comunicar com o CCTMC - centro de controlo de tráfego marítimo do continente a saber se sabiam do paradeiro do Blue Seven, de imediato,  tento entrar à fala com o White Fin mas não consigo, e apanhando uma outra comunicação estabeleço contato dando conta que está tudo bem ... de seguida ouço a comunicação deles com o White Fine e fico descansado... em casa já estava instalado o caus !!!



Aproximamo-nos do Cabo de São Vicente, mas quando clareia verifico que estamos muito ao largo, por um erro de leitura da Plotter, mas também por facilidade de navegação pois como não conseguia qualquer reação do enrolador da genoa, e o rumo que vinhamos mantendo garantia uma navegação mais confortável. ...  verificamos que estávamos a apx. 15 milhas para oeste, o que nos atrasou bastante, tendo levado inclusive à aproximação do White Fin que entretanto tinha zarpado de Sines por volta das 07:00.

Após o cabo o vento apareceu em força e aí sim fizemos a primeira velejada sem o motor a incomodar, e cedo nos aproximamos de Lagos, o vento assim como apareceu, desapareceu, e foi altura de voltar a ligar o motor. Aproveitei para desmontar o tambor de proteção do enrolador, que não vou montar mais pois só estorva, e descobro o que já sabia, o cabo ter-se-ia encavalitado e feito garrote, pelo que logo resolvi a situação...

Já em frente à barra de Portimão, o Pedro vai a banhos, apesar de a água estar gelada para os padrões Algarvio coisa para os 17 graus... 

Pedro a banhos
Chegados a Portimão, deixei o Pedro no cais de espera da marina e apesar da ameça de sermos autuados pela PM, fui fundear para Ferragudo, afinal parece que a PM deixou de chatear quem por ali resolve fundear... não obstante terem aparecido na Terça feira mas para as necessárias averiguações com o SEF, afinal tratasse de um porto de mar...

Aproximação a Ferragudo
A Selma e a miudagem, com um convidado o nosso afilhado Ruben, chegou na Segunda de manhã e passados os primeiros dois dias decidimos permanecer por ali, afinal não valeria a pena perder mais 12 horas de navegação para Tavira e outras tanto de regresso, se o sitio nos tinha agradado e contavamos com a agradável companhia da Zézinha e do Luis (White Fin).

O meu pai, apesar da canseira e de ter dormido mal na viagem :-), logo na segunda-feira tratou de arranjar isco e de ir  para o pontão à pesca das 09:00 às 20:00h...

A Selma tratou de manter a agenda preenchida e entre outras visitas sociais, fomos a Tavira ter com os tios Carla e Mário e os primos, passamos dois dias com o amigo Nuno Barracha junto à praia do Barril, fomos a Lagos ter com com o amigo e padrinho do Francisco, Pedro Guerra, recebemos o primo Rui Fonseca e familia  com elesrealizamos ojá  habitual picknick na serra de Monchique, jantamos com o Ruy Ribeiro e com a família...enfim programas não nos faltaram, de todos não posso deixar de referir os bons momentos passados com a Zezinha, o Luis e suas princesas, com quem partilhamos quase em permanência as férias ...

O Blue Seven, esse ficou praticamente todo o tempo fundeado, dando só entrada na Marina de Portimão  duas vezes, uma para abastecer de água e energia e outra na véspera de zarpar para Lisboa.

Rubito nas criações da areia
O Pai a ver se ainda se lembra !!
Francisco na boia 
Rubito
O Pai do Pai !!!

Futuro Dream Team de WindSurf !!!
Selma e Ruben
Selma, Francisco e Guilherme 
Gui
Zezinha e Cap. Luis Santos
Almoço, a bela da sardinha
Miudagem
O Blue Seven é um deles!!
Francisco e Ruben 
Corridinha !!!
Miudagem
Banhocas  e mergulhos do Blue Seven
Gui e Rubito
Francisco
Grandes brincadeiras!!
Ruben ao banho
Francisco 
Guilherme 
O puto "xarila"  do grupo!!
A molhada no AUX
Patroa Selma
Mais uma vez a molhada
Patroa Zezinha
Ema e Eva
Blue Seven
White Fin
PickNick em Monchique
Rui & Rui
Jantar dos miudos
Rui e Lurdes
Rui
O Guilherme adora isto !!!
O Dia da Sorna (A Selma foi proibida de ocupar a agenda) 
Enquanto uns sornam outros aproveitam !!!
O Guilherme na atividade preferida do verão
Ruy Ribeiro e familia
Ema pelos ares 
Gui ao volante
Ferragudo ao fundo
As fèrias chegavam ao fim e estava na hora de regressar: ver a meteorologia; combinar horas  para zarpar, "despachar" os miudos de carro, abastecer mantimentos, etc. Combinamos fazer a viagem de regresso com o José Rafael  do ZEFEL  e decidimos zarpar às 05:00 am, dia 27 para uma viagem de 14 horas  até Sines e... porque não admitir que foi chata e aborrecida - motorada todo o caminho.

Apesar da meteorologia estar favorável pois pelo menos não tínhamos nortada e ondulação contra, foi literalmente sempre a motor e apesar de içar as velas estas pouco ajudaram, à excepção de um período de  apx. 10 milhas junto ao Cabo!! Sardão, o tal que de cabo não tem nada.

O Sol a nascer
Pesca ao largo da praia da Luz
Zefel e Cabo São vicente
São Vicente
Farol de São Vicente
São Vicente a ficar para trás
Costa Vicentina
Sorna de quem já não tem posição
ZEFEL a estibordo
Dar descanso ao Piloto Automático
O Sol a querer ir-se embora
Entrada de Sines
Pelo caminho cruzamo-nos com um barco à vela, talvez um Geanneau 42i com o Cmd. Mega, vinha a assapar ! a motor claro !! e sem nos termos desviado e íamos bem perto do ZEFEL, uns escassos 20 mtr,  este  passou pelo nosso meio !! sem que ninguém fosse também ao leme... cumprimentei o Mega e foi vê-lo ir por ali abaixo !!!!

Chegados a Sines, tivemos a ajuda de um marinheiro e constatamos que os serviços estão agora disponível 24 sobre 24 hrs ! nada mau!! atracamos,  tomamos banho, e fomos todos jantar às festas locais "Músicas do Mundo". Um dos palcos era quase pegado à marina, a algazarra  era total  !!! o espaço estava muito  agradável e a música, ao que parece do mundo!!!  uma batocada engraçada, mas o cansaço era muito... e apesar da boa companhia, formos para os barcos dormir, na certeza que contariamos com música ambiente a noite toda.

Sábado, o Pedro fez-nos uma surpresa, trouxe pão fresco e veio tomar o pequeno almoço connosco, pelo que, nos atrasamos ligeiramente saindo da marina por volta das 09:00 am, para uma viagem que se avizinhava menos monótona e com a perspectiva de haver algum vento, o que poderia ajudar.

ZEFEL a Bombordo

Sines a ficar para trás
Algum nevoeiro
Mais uma motorada, ou o famoso vento do purão costa acima até ao Cabo Espichel, local onde a nossa "querida" nortada apareceu em força, pena que mesmo pela proa, pelo que pouco ou nada ajudou... só quando nos acercamos do Bugiu deu para desligar motor e ver o Blue Seven finalmente a andar mais do que os 6 nós que vinha fazendo às 2500 rpm  ...


Trabalhos a bordo
Selma na sorna
Cabo Espichel
O Vento a "entrar!"
Boia Nº1
Bujiu
Forte São Julião e Oeiras para trás....

Uma bela velejada já a entrar na barra
Chegamos à Marina do Parque das Nações perto das 19:00h, e com a ajuda do primo Sérgio desmontamos literalmente a "barraca" que montamos para as férias, pois o Blue Seven levava consigo as pranchas de WindSurf que pouco foram usadas, as velas as retrancas, os mastros, o gerador, o auxliara, o motor do auxiliar, todo tipo de tralha para os miudos, as roupas, a comida que sobrou e um sem numero de outras coisas  .....

A experiência foi boa, não obstante no início estar um pouco nervoso e apreensivo, coisa de gente complicada! pois andava com a ideia que alguma coisa não ia correr bem !! Felizmente enganei-me e os dias foram perfeitos (pena não serem mais)

Como recordação fica umas férias bem passadas, onde tudo correu pelo melhor e a vontade de repetir o tão breve quanto possível ...apenas a tristeza de não termos visitado o nosso amigo João Mendonça e a sua bela e acolhedora casa no Guadiana...outras oportunidades surgiram!

Das esperadas peripécias, só uma se concretizou, por azelhice deixei sobreaquecer o inversor acabando que deixou de funcionar. Consegui por aquilo em modo "pescadinha de rabo na boca", ou seja, o inversor ligado à bateria de reserva estava a alimentar o carregador que por sua vez carregava com a sua própria energia imagine-se ! a ele mesmo... um ponto a melhorar sem dúvida na instalação eléctrica da bateria de reserva... e uma semana sem televisão ...